Retomar uma vida a dois após uma traição, está preparada?
Uma traição é algo muito doloroso e que, normalmente, faz crescer sentimentos de culpa, raiva, mágoa e muita tristeza. No entanto, mesmo após a infidelidade do parceiro ou parceira, muitos casais conseguem superar e decidem retomar a vida a dois.
Para viver de forma harmoniosa, há casais que recorrem a um terapeuta que lhes indica um mês sem praticarem relações sexuais. Mas será que isso funciona?
Embora alguns homens e mulheres tomem atitudes que vão desde vigiar o outro, remexer nas redes sociais, e-mails, telemóvel, analisar objectos pessoais e até seguir o parceiro para evitar um novo acidente, a especialista diz que essas não são atitudes saudáveis. "Indícios de insegurança não são positivos ao casal. Aliás, tudo o que a pessoa faz em momentos de raiva se arrepende depois. Qualquer atitude antes de ser tomada tem de ser muito bem pensada e de cabeça fria".
Para Vera Ferraz de Almeida, psicóloga especialista em relacionamentos, esse método pode funcionar sim. "Ambos devem sentir-se confortáveis na companhia um do outro. Se isso não acontece, não é possível retomar qualquer actividade a dois".
A psicóloga descreve que o retomar da relação após uma infidelidade pode melhorar ou piorar essa relação. "Quando a pessoa perdoa tem a ver com a memória, ou seja, ela tenta superar aquela fase difícil e acredita no sentimento que ainda existe entre os dois. Além disso, ela sente-se pronta para retomar o relacionamento".
De acordo com Vera Ferraz de Almeida, em cada cem mulheres que são traídas 30 separam-se e as restantes 70 retomam a relação, pois acreditam que o parceiro tinha motivos para trair ou ele cometeu o ato porque o relacionamento não estava bom. "Ela só se separa do parceiro porque não consegue lidar com a frustração de ter sido enganada. Sente-se prejudicada com a situação".
Ela sugere que nos momentos de raiva, frustração ou quando um dos companheiros não se está a dar bem no seio do lar, o primeiro passo a ser tomado é dialogar para evitar a procura de uma relação extra-conjugal. "Dessa forma, terão a oportunidade de tentar compreender onde estão errados, quais são os motivos que levaram o parceiro a ter esses sentimentos". "Não adianta jogar na cara do companheiro uma situação qualquer, sem antes dialogar sobre como podem melhorar a relação".
Por: Vera Ferraz de Almeida
Postado por: Gabriela Santos
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